Neurocientista defende uma educação individual que respeite as particularidades de cada um
A contribuição do trabalho Psicopedagógico durante a Pandemia
Bragança-Miranda, 02 jul 2021 (Ecclesia) – O padre Fernando Calado, assistente espiritual e religioso do Estabelecimento Prisional de Bragança, destacou à Agência ECCLESIA a necessidade de “acompanhar os libertos”, após as penas.
“É um desafio muito grande, mas o que mais me preocupa é a situação dos libertos, não gosto de chamar ex-reclusos, que isso é colocar um rótulo, e cada vez mais olho para o período de privação de liberdade, como uma oportunidade, um trampolim para a liberdade e é preciso investir na formação humana e espiritual”, destacou o sacerdote da Diocese de Bragança-Miranda.
O padre Fernando Calado tem usado “as sessões da Nova Humanitas, da psicopedagogia do crescimento”, que ajuda a descobrir as qualidades humanas, desenvolver e potenciá-las ao máximo”.
O assistente espiritual e religioso do Estabelecimento Prisional de Bragança que diz que este é o “trabalho mais importante que faz” refere também o valor de acompanhar aqueles homens, depois do tempo de reclusão.
A novidade tem sido manter a relação com os reclusos após o tempo de reclusão, com os homens libertos; surgiu a ideia de fazer um grupo com eles, os que têm casa, família, emprego mas que sentem a preocupação com os que saem sem retaguarda e de encontrarmos soluções e apoio para esses”.
O padre Fernando Calado, de 52 anos, assume sentir-se feliz na sua missão e “ainda mais feliz” quando algum liberto “atravessa a rua para o cumprimentar”.
Em tempo de pandemia e das limitações das visitas ao Estabelecimento Prisional o sacerdote foi-se comunicando “com alguns pelo telefone” mas também respondeu a muitas cartas, depois a dinâmica que lhe contaram ainda o deixava mais feliz.
“Gerou-se uma dinâmica interessante, mandava os textos da eucaristia e havia um grupinho que se organizava e manteve a celebração da palavra durante todos estes meses e para mim foi extraordinário esta experiência no tempo da pandemia”, conclui.
“Alguns sentem vergonha mas há outros que me vêm visitar e isso deixa-me feliz, porque significa que a minha passagem pela vida deles foi relevante e o meu objetivo é que todos aqueles que possa ajudar a vingar na vida era o que me daria grande felicidade”, refere.
As ‘Conversas na Ecclesia’ desta semana abordam a realidade da pastoral penitenciária, através do testemunho dos assistentes espirituais e religiosos, de segunda a sexta-feira, às 17h00 no site ECCLESIA e às 22h45 no programa de rádio da Antena 1.